terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Wanna tell you a story, about a woman I know…


Está bem... o cara não tinha cabelo comprido, o batera não parecia nem um pouco um louco e o guitarrista estava mais para admirador de um bom samba com uma cerveja gelada... mas numa despretenciosa sexta-feira o Mentol me surpreendeu...

A voz parecida com a do John e um repertório muito bem escolhido segurou a galera até tarde, onde a única coisa que podia chamar mais atenção que eles era o limite do colorido de uma figura desenhada nas costas de uma pessoa... que todo mundo pensou que seria como a Rosie, que faz todas as coisas que só ela faz... mas ninguém conseguiu fazer nada com ela.

Whole lotta Rosie foi uma das músicas do teste de Brian Jonhson para assumir os vocais de uma banda, conforme conta a lenda, ele era fã em seus tempos de caminhoneiro.

Enfim, o Mentol é uma banda não exatamente bonita e não exatamente uma grande banda... mas o Mentol dividiu espaço de igual pra igual com uma mulher que eu conheci e imaginei... Rosie nunca pára...

domingo, 28 de dezembro de 2008

Só rock n´roll... e por isso fantástico!

Uma puta página do rock escrita com quem o vive, usando poucas horas, alguns músicos, muita gente e exageros em tudo. John Bonham acordava o seu filho, Jason, na madrugada para que seus amigos o vissem tocando bateria. Jason nos seus simplorios 7 anos participava de uma jam session com Paul McCartney, Jimi Hendrix e outros colegas de trabalho do seu pai.

Na versão do interior de um estado localizado no lado ocidental, o som estava mais alto do que pesado, o público mais pra boate do que pra woodstock, mas o ar que se respirava era do bom e velho estilo rock n´roll de se fazer as coisas.

Um show de pouco mais de cinco horas, dois bateristas, dois baixistas, um tecladista, três guitarristas e a mesma quantidade de gente curtindo o momento do que de pessoas querendo entrar no butequim Bella Vista, local escolhido na tarde daquele dia como palco daquele encontro.

Nem todos que deveriam participar dessa festa estavam lá, li uma vez que no casamento do Eric Clapton tinha um palco onde vários dos seus amigos subiram para tocar, entre eles o Ringo, Paul e George... por um desvio de correspondência, um problema na confirmação dos endereços, não esteve presente pela última vez o Fab Four... Lennon não soube da comemoração e só por isso não foi, mas nem assim deixou de ser mágico, como toda reunião de músicos dispostos a desenhar respeitosamente os hinos que movem gerações.

O rock rolou da década de 60 aos tempos de hoje, respeitando e saindo do seu caminho para visitar as vertentes mais populares do estilo. Uma noite para entrar para a história, mas para não ser de forma alguma a última página deste livro.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

quem poderia pendurar um nome em você?

O de sempre, mas como sempre muito bom. Já dizia um texto que morar por aqui é ter pelo menos um amigo músico, só num dia eu conheci alguns caras bacanas do Cinco Rios e da banda Churros, e ainda tomei umas com o cara do Tarja Preta, pra depois ir pra casa dormir...

... dormir, acordar e sair pro choque. Encontro marcado com Ruby Teusday, que dormiu até Sunday. Mas como para ela o ontem não importa, desde que o sol esteja luminoso, ou a noite ainda mais escura...

Ninguém sabe, ela vem e vai. Mas nem por isso direi adeus, naquele lugar de sempre, pela primeira vez marcado chegou fazendo muito barulho uma turma de Velotrol. Dentro de um pub bacana eles montaram os seus instrumentos e fizeram uma bailão do rock...

Hoje já era amanhã e eu ainda esperava para dar adeus a Ruby Tuesday... (quem poderia pendurar um nome nela?), mas como ela muda com todo dia novo, sei que ainda sentirei falta dela...
Com o circo ou o autódromo (velotródomo) montado, Daniel começou a pintar a sua bateria, seus movimentos, mesmo que sejam uma quebra de tempo com uma porrada na caixa, prato e bumbo dão a impressão de que ele está pintando e não tocando as músicas. E tinha uma garota ali fazendo o seu papel de menina que espera por alguém, sabendo que só tem uma pessoa naquele lugar que lhe interessa.

Ela também sabe que tem que se deixar livre, pois esse é o único modo de ser, por qualquer custo, numa vida onde nada é ganho e nada é perdido ela terá, esperando, o que muita gente tentou, subindo até chegar a ela.

Elvis só toma Heineken quente, mas canta qualquer coisa. Os Vinícius (do baixo e da guitarra) estão em qualquer lugar dos seus instrumentos... os dedos dançam sobre as cordas... Do início com Allman Brothers ao final com With a little help from my friends o Velotrol toca com marcha alta, de lado na curva! Mas mesmo com tudo isso, não dá pra pensar só em uma coisa para achar o rock´n´roll... não há tempo algum para perder, se você perder os seus sonhos, você perderá a sua cabeça...

sábado, 13 de dezembro de 2008

Prazer em conhecê-lo, espero que adivinhe o meu nome...

Prazer em conhecê-lo, espero que adivinhe o meu nome...

Todo mundo tem o seu lado B, alguns tem até os lados C, D... mas não existe ninguém que só tenha um lado. É possível você ver várias coisas com o lado B estampado de forma mais forte do que se possa imaginar.

Quando vi Hilmara Fernandes and the Mothership vi uma banda disposta a fazer o melhor do blues e soul, mas que já percebeu que se não entrar nos embalos de sábado à noite não conseguirá fazer ninguém chegar perto do palco, onde inclusive, o som é imensamente melhor quando se trata do bar Vinnil.

O lado B, dançante, dessa banda grita por atenção em meio a um repertório muito bem elaborado e conduzido pela Hilmara. Se ficassem nos clássicos, seriam uma banda venerada por um seleto, e consequentemente pequeno, público altamente crítico e de bom gosto. Não era bem rock´n´roll, mas eu gostei.

Nesse show, curiosamente, eu vi um cara, até então não estou certo se ele era homem ou se homem era o lado B dele, com uma garota que chamava atenção pela sua suavidade, doçura e obviamente, pelo seu lado B masorquista e sombrio... o que ela viu naquele ser de lados esquisitos? Era a noite como palco para surpreender com os lados B´s.

Como eu não consegui satisfação com a pequena viagem da Mothership, uns 45 minutos (cheguei o show já tinha começado), eu segui para o Garage onde tinha uma banda que me surpreendeu com a diversidade e competência dos rapazes de Dartford. Era como se fosse um arco-íris, mas com as sete cores bem diferentes. (Você sabia que o Betinho do It´s only Rolling Stones chega em casa e escuta Beatles? Mas logo que o primeiro gole tira a sua máscara careta e aparece seu lado B ele mergulha no que o rock´n´roll tem de mais profundo...)
... Voltando, ao chegar no Garage fui surpreendido pelo lado B de uma banda que é referência até pra quem não escuta rock. Quando em Dartford, em 1960, Keith e Mick conversaram eles começaram uma história que já foi contada para 1,5 milhão de pessoas num “luau” em Copacabana. Mick estava lá, a voz era dele. O guitarrista levado pelos braços por Angus Young e Jimi Hendrix representou com a alma o pai do Jack Sparrow.


A banda Metamorphosis provoca metamorfose. Como pode você gostar de algo que não conhece? Então, eu acordei gostando mais da parte dos Stones que eu não conheço. Não ouvi Start me up, Brown Sugar, Jumping Jack Flash… mas não fez falta alguma... eles quebraram tudo, e dos cacos que sobraram, eu pintaria todos de preto e ainda assim daria pra ver cores em qualquer lugar.

Sabe o que achei no lado B do rock n´roll escondido atrás de muita luz, fama e uma boca enorme?... só rock n´roll, mas eu gostei.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

É um longo caminho, até o topo, se você quer o rock´n´roll...



Uma noite de cada vez, algumas como se fossem a última, outras como se fossem a primeira. Caminho pelos cantos à procura de um alimento para a alma, o que pra mim, um bicho grilo abandonado no tempo só pode ser o rock´n´roll.

Quando me perguntam eu não respondo que gosto de tudo, ou que pra cada situação existe um tipo de música... eu sou meio assim, meio atrasadão, conservador, reacionário e caretão, mas o meu esquema é rock´n´roll.

Sou um viajante do tempo e do espaço e conheço histórias da época em que o maior fenômeno do movimento pop, da música mundial, e hoje influência e referência de diversas áreas da arte, os Beatles começaram a sua história num buraco, no Cavern Club em Liverpool. E hoje vejo, entre uma dose e outra, o que pode ser uma brincadeira, uma convergência entre a história do homem e a história do rock.

O homem durante o período pré-histórico viveu dentro das cavernas, lugar onde ele se sentia seguro junto aos seus iguais. Mas com o tempo, com a segurança e certeza de que o mundo lá fora era dele, o homem começou a caminhar de corpo e cabeça erguida para a conquista de todo aquele espaço que ele via e também do que ele imaginava que poderia ser visto. Saiu sem medo, mesmo que o amanhã ninguém conheça.

O rock dos “Fab Four” da mesma forma, se assegurava da felicidade em ambientes fechados com os seus semelhantes, fazendo do clube da caverna o seu mundo, e do mundo uma caverna, distorcendo nas imagens projetadas nas paredes lá dentro um sonho, que só foi possível quando se tentou dar um passo para fora, para desafiar a selvageria do desconhecido, deixar de ser um ritmo, para ser um estilo, deixar de ser uma modinha para se tornar o símbolo, o discurso, a voz de uma geração, que antes se contentava com a caverna e agora queria, através daqueles uivos, cabelos compridos, guitarras distorcidas, salvar o mundo.
E hoje, como está aquele rock que saiu da caverna para dominar o mundo? E como está o mundo depois que o rock saiu para conquistá-lo? Eu acredito em milagre, mas quero seguir a minha saga até a última ponta e descobrir onde e como tudo está, e como não dá pra pedir o mundo pra parar pra gente descer, eu vou girando, girando, girando e contando para vocês o que eu entendo dessas sombras no fundo das cavernas.
Um grande abraço e até mais.